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02 fevereiro 2011

Telas sensíveis ao toque são feitas com PET e nanotubos

As telas sensíveis ao toque, sobretudo aos multitoques, são a sensação dos aparelhos eletrônicos mais modernos.
Mas elas estão lutando contra o relógio: estima-se que o material usado em sua fabricação, que responde pela sigla ITO, não consiga atender a demanda por mais do que 10 anos.

ITO é a sigla de Indium Tin Oxide, ou óxido de estanho dopado com índio. É com esse material que são feitos os contatos que permitem detectar a posição dos dedos - contatos esses que devem ser transparentes para não impedirem que a imagem passe.
As alternativas, contudo, começam a surgir, e a mais recente será apresentada pelo instituto alemão Fraunhofer na Feira de Nanotecnologia 2011, que se realizará em Tóquio de 16 a 18 de Fevereiro.
Substituto do ITO
O ITO é nada menos do que ideal para uso em telas sensíveis ao toque porque tem excelente condução elétrica, é leve e não interfere com as cores que devem atravessá-lo.
Os pesquisadores do Fraunhofer afirmam ter conseguido atingir níveis similares nessas características usando nanotubos de carbono e polímeros de baixo custo.
Os eletrodos são fabricados na forma de uma folha composta de duas camadas. Uma delas serve de suporte e é feita com o conhecido PET (polietilentereftalato) usado para fazer garrafas plásticas.
Em seguida, uma solução de nanotubos de carbono e polímeros condutores de eletricidade é adicionada sobre o PET. Quando seca, o material forma uma película fina e transparente.
Os plásticos condutores estão disponíveis há algum tempo, mas têm problemas de durabilidade porque a pressão dos dedos, a umidade e a luz ultravioleta deterioram os polímeros rapidamente, tornando-os quebradiços.
Toque de carbono
Agora os pesquisadores descobriram como usar os nanotubos de carbono para dar-lhes estabilidade física e química.
Os nanotubos de carbono endurecem sobre o PET, criando uma rede onde os polímeros condutores de eletricidade ficam firmemente ancorados, criando uma camada de grande durabilidade.
A condutividade elétrica final não é tão alta quanto a do ITO, mas Ivica Kolaric, coordenador da pesquisa, afirma que isso não é um impeditivo para o uso do material: " "A resistência elétrica da nossa camada é um pouco maior do que a do ITO, mas é pequena o suficiente para uma aplicação em sistemas elétricos."
As folhas condutoras transparentes têm outros usos potenciais: "Nós poderíamos até mesmo fazer películas fotovoltaicas com elas para recobrir telhados ondulados ou outras estruturas irregulares," disse Kolaric.

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